domingo, 10 de outubro de 2010

Vou começar assim..... O aluno Andrios

O ALUNO ANDRIOS


            As vésperas do início do meu estágio, estou preparando as minhas aulas e me perguntando: “será que eles irão gostar das atividades que estou preparando? Será que vão achar infantis? ou então vão achar muito sérias? será que eles irão me respeitar? será que irão ficar quietos?”. Digo isso porque nas observações percebi que eles são bastante inquietos e indisciplinados. O meu maior medo realmente é sobre a indisciplina.
            Mas falando em indisciplina me recordo do tempo em que era aluno. Bons tempos. Sinto saudade daquela época. Diferente de muitos alunos de hoje e da minha época, sempre gostei muito de ir pra escola, sempre gostei muito de estudar, de fazer um trabalho, de fazer prova, de ir à casa do colega pra estudar junto, ir à biblioteca pública e pesquisar na “Barsa” e em outros livros, entre outras atividades. Tudo isso era um barato!
Eu gostava não somente das aulas de matemática, mas de outras disciplinas também. Adorava as aulas de Educação Artística, Educação Física, Geografia, Ciências, Química, Física e Língua Inglesa. Mas também tinha aquelas disciplinas que eu detestava, como História, Língua Portuguesa e Literatura. Não gostava destas porque tinha que ler.
A escola pra mim sempre foi sinônimo de amizade. No espaço escolar sempre construí boas amizades, e encontrei em muitos colegas, amigos que tenho até hoje. Estar na escola nunca foi um martírio ou um suplício, nunca fui forçado, pelo contrário, ir a escola sempre era bom e prazeroso.
Lembro que era muito engajado nos projetos da escola, e gostava de participar dos eventos. Adorava as gincanas, sempre estava em alguma equipe e levava tudo muito a sério, participava dos desfiles, das festas juninas e dos jogos estudantis entre séries da escola na equipe de vôlei (mesmo que muitas vezes apenas como reserva). Participei como secretário por dois anos do Grêmio Estudantil, que estava desativado há muito tempo, e criamos a carteirinha do estudante da escola com desconto no comércio da cidade. Lembro também que fui líder da turma por dois anos, e orador na formatura de ensino médio.
Já em sala de aula, sempre fui aquele aluno que sentava na primeira classe, gostava de ter o caderno completo, faltava à aula somente em último caso, e falava muito pouco durante as aulas. Era muito quieto, às vezes até meio tímido demais, não era muito participativo nas aulas, não questionava muito os professores, mas era muito observador. Durante as aulas eu observava tudo o que o professor falava, sempre anotava tudo no caderno.
Nunca dei trabalho para meus pais em relação ao estudo e a escola, minhas notas sempre foram boas, nunca tive rendimento abaixo da média (a famosa nota vermelha), nunca tive que fazer recuperação e sempre que meus pais tinham que ir a escola pegar meu boletim eles eram elogiados pelos professores, por causa do meu rendimento nas disciplinas e pela minha educação. Agora eu analiso um pouco esses fatos e minha conduta na escola e penso que talvez devesse ter dado mais trabalho para meus pais, pois eu sempre fui um aluno interessado pela escola e eles nunca deram tanto valor a isso, nunca me perguntaram como estavam meus estudos, tanto na época de escola quanto agora na faculdade. Para eles, continuar os estudos não era necessário, e nunca me senti valorizado pela minha dedicação e esforço.
Hoje na faculdade, tenho uma conduta muito parecida com aquela dos tempos de ensino fundamental e médio. Adoro vir estudar, ter uma ocupação para a cabeça, ter o compromisso de entregar trabalhos, estudar para uma prova, isso tudo é muito bom e me faz bem. As amizades que construí na faculdade também são muitas, tenho colegas que são maravilhosos, e quando estamos em férias estamos sempre mantendo o contato.
            Como aluno nunca tive o objetivo de ser o melhor. Meu objetivo sempre foi dar o melhor de mim, fazer o máximo que posso em cada situação, me entregar para o que estou fazendo, buscar sempre a melhor forma, sempre com o intuito de ter o melhor aproveitamento possível, e uma maior aprendizagem.
            Eu estudo desde os seis anos de idade quando entrei na primeira série, e até hoje nunca parei de estudar. Não sei como será o dia em que não terei um compromisso com o estudo. O compromisso com o aprender.
O aluno Andrios gosta de aprender. Quero também gostar de ensinar!


Escrito em setembro de 2009, para meu relatório de estágio de Matemática no Ensino Fundamental.

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